Sunday, May 27, 2007

a ti...



…mais um dia… mais um ano…mais uma década… lavo pensamentos de outrora descartados de mim… lavo um ano de esperanças… lavo um ano de amores e dissabores… lavo em mim uma revolução… e banho-me num pensamento… que existe um mundo para mim, em que amar passa por respirar o dia a dia com a felicidade de o amanha nunca chegar… e assim escrevo a alguém… a ti:

Perguntei a uma sombra o caminho p’ra felicidade
Pouco soube dizer… senão fugir na escuridão
Corri ruelas, sem qualquer rumo nesta cidade
Perdi a esperança, morri a sonhar, minha paixão
Levanto-me sem tirar os olhos do ladrilhar….
A calçada de poetas mortos pela noite dorme
Olho a cantos e tectos, vejo pinturas a roubar
A simplicidade de um mundo que me consome
E num grito afogo a minha voz ao dizer…
....a ti….

Durmo perdido como quem não tem frio
Tremo de medo, incerteza, loucura cega
Sei o sentimento, sei a saudade do brilho,
Chama que a noite acompanha e me pega
Sei que sou nada, carvão sobre a cinza
Tu o que és? Roubas-me o sono, insónia
Sonho… janela aberta jaz a tua brisa
O teu cheiro, em ti me perco… tua mania
Teu silencio… forma de fluir as palavras…
…a ti…

Foi tempo, hoje é o tormento de viver sem
Saber amar…sonhar sem beleza, acordar
E não saber o k contar, coragem e desdém
Escolher palavras, tocar e bem alto cantar
Partir cordas de fúria da viola sempre tocando.
Aspirar uma melodia que afague o teu ser,
Que te torne minha…Sempre morrendo
Por ser completo e não saber como viver,
Sou culpado, nestas ruas da amargura te perdi…
…a ti…

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