Thursday, May 31, 2007

Wednesday, May 30, 2007

Hidden form the world, just lost in this empty space!

Inocente, estou ferido nestas magoas e embaraços…
Sibilantes, folhas de um pinheiro agora despido
Montam um cenário incoerente, sou só, inerte
Sem força de viver o destino, apenas perdido
Pegadas de ti, desenha o teu rumo ao de leve,
Deixas-te o teu aroma, nestas rotas abandonadas.
Solene esse teu espírito ausente, aqui. Ai os sons?
Leveza das notas, do tremer do meu corpo
Morre o movimento em mim, fraco, taciturno
Nada temo, nem a natureza... temo-te a ti.
Não há coragem para sobreviver a esta estação.

Tuesday, May 29, 2007

Monday, May 28, 2007

Significado Inefável de te não ter!

Inocência de quem ama é a cortina que cobre os sentidos,
Que nos diz que não ha sentimento igual ao presente.
Lembranças de carinhos da nossa pequena infância
Sonhos de poeta em lençois teus e meus, debotados
Por caricias tuas, nesta dualidade banal diária.
Não há palavras para descrever a verdade vivida
Apenas duvidas incoerentes de mundos diferentes.
Não te sei ler, nem escrever os teus traços
Tudo em ti, é-me novo, tudo me é estranho
Não te sei olhar nos olhos pois tudo me escapa...
Não ha frases que te diga esta carta, nem palavras
Que te falem de sentimentos que se escodem na rotina.
Eu sei-o, mas perdi-me algures nesta vivência amarga.
Sem responsabilidades, penso em ti, encontro-te em mim.
Mas tudo tem um fim, nestas cartas em que o distinatário
Nada sabe, nada sente, apenas me contento a sonhar!

28 de Maio de 2007 in "Strange Letters to you"

Sunday, May 27, 2007

a ti...



…mais um dia… mais um ano…mais uma década… lavo pensamentos de outrora descartados de mim… lavo um ano de esperanças… lavo um ano de amores e dissabores… lavo em mim uma revolução… e banho-me num pensamento… que existe um mundo para mim, em que amar passa por respirar o dia a dia com a felicidade de o amanha nunca chegar… e assim escrevo a alguém… a ti:

Perguntei a uma sombra o caminho p’ra felicidade
Pouco soube dizer… senão fugir na escuridão
Corri ruelas, sem qualquer rumo nesta cidade
Perdi a esperança, morri a sonhar, minha paixão
Levanto-me sem tirar os olhos do ladrilhar….
A calçada de poetas mortos pela noite dorme
Olho a cantos e tectos, vejo pinturas a roubar
A simplicidade de um mundo que me consome
E num grito afogo a minha voz ao dizer…
....a ti….

Durmo perdido como quem não tem frio
Tremo de medo, incerteza, loucura cega
Sei o sentimento, sei a saudade do brilho,
Chama que a noite acompanha e me pega
Sei que sou nada, carvão sobre a cinza
Tu o que és? Roubas-me o sono, insónia
Sonho… janela aberta jaz a tua brisa
O teu cheiro, em ti me perco… tua mania
Teu silencio… forma de fluir as palavras…
…a ti…

Foi tempo, hoje é o tormento de viver sem
Saber amar…sonhar sem beleza, acordar
E não saber o k contar, coragem e desdém
Escolher palavras, tocar e bem alto cantar
Partir cordas de fúria da viola sempre tocando.
Aspirar uma melodia que afague o teu ser,
Que te torne minha…Sempre morrendo
Por ser completo e não saber como viver,
Sou culpado, nestas ruas da amargura te perdi…
…a ti…

Tuesday, May 22, 2007

Non Sense (by Andreia Neto) comment

Liberdade... porque tudo na vida é tão fugaz, até o amor. Quando menos esperamos, ele é levado por alguém que nao conhecemos e só nos lembramos do sentimentos quando estamos na sua presença...Mesmo quando está ausente, ele é sempre presente no suor das horas e na destreza dos minutos... tic tac, os segundos param na presença de quem amas.

Culpa é do tempo? Não o é de certeza, pois o passar do tempo não tem maestro. Apenas vivemos no compasso da morada sentimental sem pagar renda, rebenta o meu peito, sem acordes definidos. Sem melodia, apenas suspenso numa pauta rasgada de sonhos e promessas...

Lembras? Aquele soar da viola nas tardes perdidas em ti? Serei poeta sem ti?

Espero... guardo as notas, lanço as pautas ao vento, na esperança da brisa, levar até ti a musica que anseio tocar-te... Mesmo sem instrumento, sei do sentimento que tem o abrigo em mim.

Adormeco, nem mesmo no sono, me esqueci de ti...

in "Um amor sem dono"

Hugo Vizinha Silva

Monday, May 21, 2007

uma fotografia rasgada… a minha infância!

Cresci, mas memorias continuam em mim. Lembranças da nossa cave direita, saudades das corridas pela rua, da apanhada, das escondidas, dos recados e do mercado. Tempo que o relógio tenta apagar aos poucos, sem êxito. Já olharam para traz desta maneira? Reviver a vida no pensamento? Tentem! Vão passar um bom bocado ao reviver os desenhos animados que incentivavam o acordar madrugador, as manhãs passadas a frente da televisão, as horas perdidas no sofá, as birras pelas bolachas no mercado, as compras quando enchíamos o carro com uma montanha de doces e rebuçados sob o olhar atento da avó que tudo comprava, as prendas inesperadas da madrinha ou do abraço no final do dia da mãe antes do dormir… Já sonharam com o que foram? Hum… Estou consciente que sim.
O meu primeiro dia de aulas. Que episodio para lembrar… Ainda se lembram? Aquela mochila colorida, azul forte, com um urso na frente… um urso, não, um panda em tons brancos e pretos. Achava a mochila enorme naquele dia, mal conseguia carregá-la nas minhas costas. A minha mãe pega-me na mão e subimos até a escola. Que emoção ao cruzar pela primeira vez aquela passadeira, antes de ficar perante o enorme portão colorido de lápis pintados com cores do arco-íris. Pensei “Lápis tão grandes? Quem é que pinta com eles?”. Vi abrir o portão e próximo dele a Dona Jacinta solicitava a entrada dos meninos que olhavam o portão tão fascinados como eu. A minha mãe conversava com outras, que naquele dia partilhavam a emoção dos seus filhos… Olhei o céu, pareceu ver uma nuvem sorrir com uma gota de chuva, entrei, atravessando o conjunto de lápis até as portas vermelhas. Era estudante pela primeira vez na minha vida: tinha uma profissão.
Que quadro tão grande, diferente daquele que ocupava a marquise da minha avó. O preto era tão grande que me perdia. Apressei-me a sentar mesmo desconhecendo quem se sentara a meu lado. Uma senhora alta, para mim naquela altura, com um tom de voz muito próprio, nem agudo nem muito grave, soou certas palavras que ainda ecoam na minha mente infantil, “sou a Dona Ana” Ana? Que nome vulgar… não é? Foi ela a minha tutora durante dois anos da minha vida… amiga e companheira! O primeiro dia… O que fazer? Talvez um desenho? E assim foi, com ordem pronta a professora entregou uma folha de papel e pediu que fizesse-mos um desenho. Olho em volta, todos estão agitados, que irei desenhar? Pego nos meus lápis de cor como os que vi no portão… Olho a cores lembrando as que vira horas anteriores. Começo com o azul, pinto umas nuvens… engraçado porque me lembro que pintara as nuvens de azul… Porquê? Apenas, o céu é azul e não as nuvens. Olho o papel e continua branco quase na sua totalidade, apenas um pequeno esboço de nuvens, preenche o cima da folha. Se o céu é azul, a terra é verde… desenho o lado oposto das nuvens com um verde forte, pego desta vez nas canetas de feltro, farto do traço forçado do lápis. Pinto sem me cansar um relvado. Tremo a cada traço, pinto sem arte sem perfeição. Serei artista? Serei pintor? Serei criança? E sem demoras as canetas espalham-se pela mesa, desenho uma casa, uma pessoa, outras. Desenho-as com grandes cabeças, quase que maiores que o próprio telhado da casa branca com traços de preto. Sem nariz e sem orelhas, apenas dois grandes olhos e uma boca coloriam a face dos habitantes daquela folha. Quem seriam? Seria eu, algum deles? Não sei responder…
A desenho ficara completo… ou melhor, apenas ficara completo quando olhara para o desenho do meu colega ao meu lado e vira grandes traços no céu, o que seria? Perguntei… Eram andorinhas disse-me ele. Andorinhas? Olhando o desenho, o traço preto apenas representava um grande “n” no branco do papel, fiquei espantado! Mas ao olhar o desenho dele apenas fez-me lembrar que tinha completar o meu desenho, não por causa das andorinhas, mas sim a presença do sol. Eu esquecera-me de o desenhar no meu papel. Pego na caneta amarela e faço uma bola equivalente as cabeças dos meus habitantes pitorescos, pinto-a e traço uns raios em torno, fiz um sol. Sol que tão longe estava de mim naquele momento e eu com uma caneta conseguira representa-lo… Sentia-me bem, contente com a tarefa concluída, levanto o braço contente por ter finalmente acabado.

Friday, May 18, 2007

Pegadas

Lógica? Destino? Sonhos? Caminhos?
O que somos neste enredo sem destino
Vivemos o dia com mágoa em desatino
Olho-te horizonte espelhado, teus olhos…
Serei digno de uma frase tua, pensamento?
Serei digno de uma palavra roubada, de ti?
Olho-te, não consigo roubar um sentimento
Abonas um sorriso com o passar das horas...
Nem a rima sai certa neste meu desconcerto

Lamúrias em areias brancas, marcam passos
Ventos, brisas desconhecidas levam-te a voz
Correntes me puxam para areias movediças
Olhos que finto, sorrisos que ficam… lembro
Procuro-te na multidão mesmo estando perto
Imperfeição, palavra, desconhecida para ti
Transbordas confiança quando fintas o destino
Mesmo quando ele não te é fiel, embarcas…
Será que sonhas? Será que cismas em remar?
Correntes que nos puxam aos lugares comuns
Pegadas que nos levam, que nos perdem... eu
Em ti… sonhei, talvez acordado e depois parei!

Tuesday, May 15, 2007

Chuva...um lágrima, uma vida


Aflição, quando tudo passa, sem sentido
Emoções exaltadas, feridas, entre suspiros
Saudades do que nunca tive, um abrigo,
O silêncio de uma sala com os teus risos.
Fui arrancado desta realidade, esqueço!

Não há memorias do passado rasgado,
Em folhas soltas sobre a cama desfeita.
A luz tímida do candeeiro banha o escuro,
O Negro… Estranha essa lucidez nocturna
Roubo o impermeável, despindo o cabide
Arranco sem destino em ruelas desertas.
Não há norte, nem sul, nem sorte
Apenas um velho, contando as notas,
Nesta melodia unívoca que gotas singelas
Que descrevem um compasso surdo,
Em instrumentos inventados pela natureza.

Não há maestro nestas águas precipitadas?
São todas elas compositoras no meu coração
Tal como a gota mais perfeita tem segundos
Momentos, de vida… tu vives sem noção!

Sabes o que és? O que pode ser?
És uma gota que um dia voou alto,
És a gota que um dia foi mar
És a água, que me sacia a sede
És tudo, que me afoga a vontade!

Sunday, May 13, 2007

Na..morada...


Ouve-se lembranças de um momento longínquo
Cantam vozes antigas, o valor de um beijo…
Janelas altas ostentam amadas que suspiram
Conquistadores levam poemas e canções de amor!
Jovens, singelas, perdem-se em breves sorrisos,
Sentimentos colhidos desta natureza discreta,
Abandonados à sorte em afazeres singelos.

Caminho pela calçada, sem conhecer as ruas
Só sei o aroma que me dás, no suor do beijo
Procuro-te entre outras, busco-te, demente
Estou em ti perdido, até os teus olhos me guiar
Olhar-te entre as flores, sem reconhecer as cores
Sonhar astuto e admirar a luz banhando teu rosto
Iluminas a calçada, o meu leito, o meu sossego
Adormeço, isolado, oculto num lençol de vento
Folhas arrastam-se, levando as minhas memorias
Letárgico, apenas na companhia do banco de jardim

Só esperança de te ver na varanda, me alimenta
Pois sei que o dia não acaba, sem o por-do-sol.

Afogo-me, sem mar, apenas da tua imensidão
Navego… pois sou sozinho, quando estás longe!

Thursday, May 10, 2007

Juizo final

Vida em formato de folha rasgada, traços borrados de lápis
Que furam as linhas, transpiradas de gritos surdos de revoltas
Lembro passados dolorosos, sonhos vividos quando sorris
Entre lágrimas derramadas, sorrisos de perdão e palavras soltas
Suspiro… Cheiro odor solene, pedes desculpas, de ti, inocente
Provo as águas salinas na tua face, evolvida na tua imensidão
Os teus olhos fazem-se noite quanto finto um olhar quente
Toco-te na pele secando-a numa carícia banhada de solidão
Arrepio, abandono a minha condição em ti, nada sou agora
Dor, ilusão do que somos, o que fomos? Ferida ou cicatriz?
Escolho poemas de saudade já de partida, vou-me embora
Deixo as tuas lágrimas, a tua dor, o teu amor? Já não sorris
Desconheço o regresso para ti, corro sem saber como voltar
Estou perdido, doente, ardente, febre do teu ardor sofrimento
Despedaço o coração em versos arrítmicos, rasgo-te o olhar
Fotografia de ti, passado que não esquece, tamanho tormento
Sento-me neste penedo, onde o mar encontra o céu, se perde
Ah horizonte, linha imaginária, que a mente busca cegamente
Neste loco vulgar de almas errantes, melancolia em mim cede
No juízo final… beijo as ondas, procurando-te constantemente.

2005-06-28
Insónias

Wednesday, May 9, 2007



Se o dia de amanha não voltar
Este frio que me consome
De amanha te abraçar
Acalme esta minha fome

Ter-te nos meus braços
Beber os teus beijos
Ouvir os teus desejos
Para unir os nossos laços

Que este poema
Seja uma pena
Que voe bem alto
Porque dou agora o salto…

… para dentro do teu coração

Monday, May 7, 2007

Paixão solitária, quarto vazio…

Plenitude do meu ser, abraça o sono eloquente
Deixo-me dominar por medos e lamurias, sede
Saudade, loucura, desenhas lágrimas numa parede
Sinto-te só em mim… sentimento que me mente
Acompanhado no destino, sozinho no mundo
Grito de desespero, eco, nas paredes do quarto
Janela em estilhaços, estou, em mim, farto…
Vivo na preocupação de respirar ao segundo.
Debruço-me na luz negra da noite, tenho medo
Tremo, sinto-me fraco, a ausência dum olhar
Segurança do abraço, tudo me falta, até o ar…
Escondo-me de ti, com a vergonha do segredo,
Na insatisfação, constante, das palavras surdas,
O gritar de um beijo ardente que abafa o pensar
Submeto a ti de joelhos, servo, bebo-te o olhar,
Mergulho, teu corpo, em toques e carícias mudas.
Entrego-me, estremeço, arrepio-me… Sentes?
Fecho os olhos na timidez do traço nu artístico
Percorro a tua pele, respirando esse odor místico.
Soltamos lençóis, suados de sentimentos, dormentes
Olho-te pela janela da insignificância do que sou
Adormeço de novo, sufoco-me na almofada, em ti
Olho-te com inveja e pensando no que não perdi
De tudo o que senti… falta-me o ar, o que mudou?

Só tu…

Sunday, May 6, 2007

Ausente...

Pensamentos infinitos de dúvida vagueiam em mim
Será que a felicidade só existe na tormenta de nós
Quem sou eu? Dói alma de ardor fugaz ideia de ti
Escondeste-te, silencio, suspiras como estivesses sós

O que és? Ausência de pecado, beijo em ti molhado
A vergonha infantil de quem partilha um segredo
Que mundo é o teu? Jogo este em que perdi o dado
Laço-me no escuro, nas faces da sorte deste enredo

Fecho os olhos? Medo de nunca acordar… despertar
Tu o que és para mim? Passado no presente? Dor?
Afagas-me o pensamento como nele soubesses dançar
Música tardia, limpa a janela sujas de desejos, amor…

Serás tu? Ideal para um passeio nesta tarde adormecida
Jardim de rosas, caminho de poetas, rosa, tu, solitária
Abraça-me em teus espinhos de dor, aposta perdida…
Mãos dadas regressam abraçados à nossa eterna pátria.

És tu!!! Jóia infinita do horizonte que o mar esconde
Mistério infinito de quem sonha e desdenha alcançar
És tu… pérola do mar, menina doce. Escondes-te onde?
Procuro até ao fim do dia, até os meus olhos… fechar.