Que furam as linhas, transpiradas de gritos surdos de revoltas
Lembro passados dolorosos, sonhos vividos quando sorris
Entre lágrimas derramadas, sorrisos de perdão e palavras soltas
Suspiro… Cheiro odor solene, pedes desculpas, de ti, inocente
Provo as águas salinas na tua face, evolvida na tua imensidão
Os teus olhos fazem-se noite quanto finto um olhar quente
Toco-te na pele secando-a numa carícia banhada de solidão
Arrepio, abandono a minha condição em ti, nada sou agora
Dor, ilusão do que somos, o que fomos? Ferida ou cicatriz?
Escolho poemas de saudade já de partida, vou-me embora
Deixo as tuas lágrimas, a tua dor, o teu amor? Já não sorris
Desconheço o regresso para ti, corro sem saber como voltar
Estou perdido, doente, ardente, febre do teu ardor sofrimento
Despedaço o coração em versos arrítmicos, rasgo-te o olhar
Fotografia de ti, passado que não esquece, tamanho tormento
Sento-me neste penedo, onde o mar encontra o céu, se perde
Ah horizonte, linha imaginária, que a mente busca cegamente
Neste loco vulgar de almas errantes, melancolia em mim cede
No juízo final… beijo as ondas, procurando-te constantemente.
2005-06-28
Insónias
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